Grupo de Estudos Hannah Arendt

As atividades do grupo de estudo foram iniciadas na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, entre 2000 e 2002. O objetivo era uma análise sistemática da obra da pensadora alemã Hannah Arendt e a coleta de dados referentes à recepção da sua obra no Brasil. A origem do grupo está ligada à Newslatter Hannah Arendt, uma rede de conhecimento e publicação semestral coordenada pelo professor de Teoria Política da Universidade Livre de Berlim Wolfgang Heuer, que já visitou por duas vezes o Núcleo de Estudos da Violência.

A partir de 2003 o grupo direcionou seus estudos para a articulação entre poder e violência na obra de Hannah Arendt pretendendo perceber novas perspecitivas para a efetiva promoção e proteção dos Direitos Humanos. Em 2004, o Grupo Hannah Arendt passou a desenvolver suas atividades no Núcleo de Estudos da Violência da USP (NEV-USP), compondo o Programa CEPID (Centros de Pesquisa e Difusão) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), na linha de pesquisa Democracia, Estado de Direito e Direitos Humanos.

No ano de 2008, o Grupo adotou como temática central de suas pesquisas: o estudo das modalidades de reparações às vítimas de graves violações de Direitos Humanos no âmbito da América Latina. Para tanto, foram formadas três linhas de estudo: 1ª) O sistema interamericano de reparações à graves violações de Direitos Humanos; 2ª) Direitos Humanos e justiça restaurativa na América Latina; 3ª) As Comissões de Verdade latino-americanas. Desta forma, os estudos e trabalhos do grupo Hannah Arendt passaram a ter como foco uma temática central. Entre os componentes do grupo, estão os ativistas em direitos humanos de áreas e instituições variadas, sendo a maioria estudantes de graduação ou pós-graduação do direito, filosofia, sociologia, ciência política, psicologia e artes plásticas, e que pertencem ao NEV,CRAVI (Centro de Referência e apoio às vítimas da violência), Mães da FEBEM, JAMAC (Jardim Miriam Clube de Arte), Instituto Sou da Paz , FFLCH e FADUSP. As reuniões de estudos estruturam-se através de leitura de trechos de textos de Arendt. Os textos são tomados como ponto de partida para discussões sobre os temas contemporâneos brasileiros e internacionais. Tendo como base a metodologia da autora, o grupo tem como propósito “pensar os acontecimentos”, considerando como embasamento a tradição da filosofia política e as teoria clássicas das formas de dominação política apresentados nos textos da autora alemã de forma abrangente. O programa de estudo do Grupo tem como característica dois aspectos particulares: o pensamento político de Hannah Arendt no contexto da teoria política e da história; e a importância do texto de Arendt e da teoria política para o estudo de desafios contemporâneos como é o caso da violência no Brasil. Desde de janeiro de 2009, as atividades do Grupo encontram-se suspensas.