Pesquisadora do NEV Debora Piccirillo defende sua dissertação de mestrado dia 16 de junho

15/06/2023

Sexta-feira, 16 de junho, às 14h30, na sala 124 do prédio da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), Debora Piccirillo, pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP) defenderá sua dissertação de mestrado intitulada “Socialização, violência e relação com as autoridades: […]

Sexta-feira, 16 de junho, às 14h30, na sala 124 do prédio da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), Debora Piccirillo, pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP) defenderá sua dissertação de mestrado intitulada “Socialização, violência e relação com as autoridades: gênero não é só uma variável de controle“, sob orientação do professor Marcos César Alvarez, coordenador do Núcleo.

A banca examinadora será composta por três professoras renomadas no campo de estudos sociais: Maria Helena Oliva Augusto (USP)  Jacqueline Sinhoretto (UFSCAR) e Juliana Vinuto (UFF). A pesquisa aborda a relação entre adolescentes e a instituição policial, com foco na influência do gênero nessa interação. A pesquisa parte do campo de estudos da socialização legal, que busca compreender como os jovens desenvolvem suas opiniões em relação ao sistema legal.

A dissertação baseia-se em dois estudos qualitativos realizados com adolescentes em São Paulo, como parte da pesquisa “Estudo de Socialização Legal em São Paulo” do programa NEV-CEPID/USP. O objetivo é explorar como o gênero influencia a forma como os adolescentes se posicionam em relação à polícia.

Resumo da dissertação:

“As pesquisas nacionais e internacionais destacam diferentes elementos importantes para a construção de uma relação positiva entre público e instituições legais, como a forma de tratamento dispensada pelas autoridades aos cidadãos e os tipos de interações entre esses grupos. O campo de estudos da socialização legal busca compreender como os cidadãos mais jovens, crianças e adolescentes, passam a desenvolver suas opiniões acerca do mundo legal, ressaltando a adolescência como período especialmente importante para o desenvolvimento de crenças e valores alinhados ou não à ordem normativa. Entretanto, poucos estudos na área se debruçam sobre processos de subjetivação que podem influenciar a formação de opiniões dos(as) adolescentes e a forma como interpretam as interações com as autoridades legais. O objetivo da presente dissertação foi explorar o papel do gênero na forma como os e as adolescentes se posicionam frente à instituição policial. Partindo da pesquisa Estudo de Socialização Legal em São Paulo, do NEV-USP, foram realizados dois estudos qualitativos com adolescentes de São Paulo, buscando explorar suas visões sobre gênero e polícia. Ao analisar as narrativas dos(as) adolescentes, foi possível perceber certa naturalização do gênero masculino no que diz respeito à atuação policial, especialmente à abordagem policial. De outro lado, as adolescentes demonstraram maior receio em interagir com a polícia e o sentimento de vergonha ao serem abordadas. As adolescentes também revelaram maior crítica aos aspectos mais masculinizados da instituição policial, como o recurso à violência física e as demonstrações de virilidade. As entrevistas também apontaram como o tema do racismo na ação policial está presente entre o público adolescente, e a expectativa de que a polícia, em uma sociedade democrática, precisa respeitar a todos igualmente, sendo considerado inaceitável um tratamento discriminatório. Os estudos conduzidos evidenciam a importância de um olhar atento para o modo como policiais tratam os e as adolescentes no dia a dia, mas também como diferentes experiências socializadoras ajudam a informar os e as adolescentes à respeito da polícia.

Palavras-chave: Adolescência, Socialização, Polícia, Gênero, Abordagem policial.”