Projeto do NEV com Fundação Tide Setúbal aborda novas formações de vida coletiva nas periferias de SP
29/09/2023
O NEV/USP iniciou em 2023 um novo projeto sob a coordenação da pesquisadora associada Teresa Caldeira, Professora da Universidade da Califórnia – Berkeley, a partir de uma parceria firmada com a Fundação Tide Setúbal. O projeto “Novas Formações de Vida Coletiva nas Periferias de São Paulo: Mães Solo, Pais Ausentes, Violência e Circulação de Moradias” […]
O NEV/USP iniciou em 2023 um novo projeto sob a coordenação da pesquisadora associada Teresa Caldeira, Professora da Universidade da Califórnia – Berkeley, a partir de uma parceria firmada com a Fundação Tide Setúbal.
O projeto “Novas Formações de Vida Coletiva nas Periferias de São Paulo: Mães Solo, Pais Ausentes, Violência e Circulação de Moradias” foi estruturado no primeiro semestre do ano e passou por meses de preparação de quatro pesquisadores para entrar em etapa de campo neste segundo semestre.
O projeto é organizado também pelo Prof. Dr. Sérgio Adorno, Coordenador Científico do NEV/USP e responsável pelo programa NEV-CEPID, com as pesquisadoras do Núcleo Giane Silvestre e Maria Gorete Marques de Jesus.
Mudanças em formações familiares e composição de grupos domésticos são algumas das dimensões mais significativas das imensas transformações que vêm ocorrendo nas periferias de cidades como São Paulo. Esta pesquisa explora essas dimensões que se expressam no aumento de maternidade solo e decréscimo de famílias nucleares; no aumento da paternidade ausente; na proliferação da violência doméstica; e na intensificação da circulação de moradias. Busca-se não apenas mapear o universo das novas formas de viver junto que predominam nas periferias de São Paulo, mas sobretudo entender etnograficamente o que significa na prática ser mãe e pai, especialmente mãe solo e pai ausente, e quais são os novos tipos de arranjos familiares que estão emergindo.
Equipe de pesquisa
Barbara Souza Lima, Breno Nascimento, Israel Brito e Nathalia Fernanda dos Santos, os quatro pesquisadores, foram selecionados em um processo que recebeu mais de 100 candidaturas. O grupo realizou uma agenda intensa de preparação, discutindo os problemas de pesquisa, a literatura especializada e os dados secundários existentes sobe o tema. A equipe também fez treinamento para a realização do trabalho de campo e para o uso de softwares que auxiliam na coleta e organização dos dados.. Neste momento da pesquisa, a equipe está trabalhando na coleta de dados por meio de entrevistas com moradores das periferias da cidade.
Teresa Caldeira, que mora atualmente nos Estados Unidos, passou todo o mês de julho em atividades presenciais com o grupo no Brasil. No início de agosto, realizou um Seminário na Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP apresentando os dados iniciais que fundamentam a pesquisa.
Resumo do projeto:
As periferias de cidades como São Paulo vêm passando por mudanças significativas que afetam inúmeras dimensões de sua vida cotidiana. Elas incluem desde mudanças nas condições e concepções de trabalho e na identidade de trabalhador(a) à incrível diversidade de produções culturais. Neste projeto, pretendemos investigar uma dimensão dessas mudanças: aquela que diz respeito à maneira pela qual as pessoas vivem juntas e moldam seu dia-a-dia. Isso significa explorar três aspectos indissociáveis: a composição dos grupos que vivem juntos e sua dinâmica, a violência doméstica que afeta essa dinâmica e as características socio-materiais das habitações. O que se entende por família, maternidade e paternidade tem mudado substancialmente, assim como os arranjos domésticos e a organização das moradias. Esta investigação é fundamental para balizar a formulação de políticas públicas para as periferias urbanas, sobretudo as que dizem respeito a creches e educação, habitação, saúde, igualdade de gênero e de raça, violência e justiça social.