Seminário “Modernizando o Leviatã” em 23 de abril trata de reforma carcerária no Espírito Santo

16/04/2025

Na tarde de 23 de abril, às 14h30, o Núcleo de Estudos da Violência e o Laboratório de Pesquisa Social (LAPS) da FFLCH/USP recebem a pesquisadora Maria-Fátima Santos para o Seminário “Modernizando o Leviatã: Reforma Carcerária e Disputa do Estado por Legitimidade no Espírito Santo”.

O evento acontece na sede do Núcleo e terá transmissão ao vivo pelo canal do NEV no Youtube. Para comparecimento presencial, solicita-se aviso prévio pelo email nevusp@gmail.com, em razão da capacidade de lotação da sala. Pessoas interessadas poderão preencher a lista de presença ao participar do evento ao vivo para receber certificado de participação.

Maria-Fátima Santos é Assistant Professor de Sociologia da University of Wisconsin-Madison (EUA), e afiliada do Center for Law, Society & Justice. É também pesquisadora de pós-doutorado pela Anna Julia Cooper Research Fellowship. Fez seu mestrado e doutorado em Sociologia pela University of California-Berkeley. Suas pesquisas examinam dimensões de poder penal e jurídico, e as suas relações com autoridade política, conflito social e desigualdade.

Detalhamento do tema
O encarceramento se tornou naturalizado como um modo primário de punição dentro dos sistemas penais de estados modernos em todo o mundo. Por meio da análise de um caso dinâmico de modernização carcerária no Brasil, a partir da experiência do estado do Espírito Santo (2003 a 2014), apresento como os estados desenvolvem a capacidade de executar o encarceramento como uma função rotineira do estado. Elaboro elementos da racionalização e a da burocratização como essenciais para transformar os cercamentos carcerários em uma característica naturalizada do exercício rotineiro de coerção. Através desse estudo de caso, destaco como autoridades tecnocratas buscam distinguir as suas práticas administrativas de certas formas de exercer violência que narram como elemento de regimes anteriores; porém, demonstro em seguida como essas mesmas práticas constituem o própria processo de modernização carcerária. Para concluir, elaboro as implicações da análise para compreensão sobre poder político, a desigualdade social, e as formas em que a coerção seletiva é transformada em mecanismo legitimador do Estado.