Nota do NEV/USP | 60 anos do golpe de 1964: ódio e nojo à ditadura

02/04/2024

O legado autoritário permanece enraizado em diferentes esferas do Estado e da sociedade civil

 

O ano de 1964 foi um marco profundo na história brasileira. Uma articulação de grupos militares efetivou um golpe de Estado e o estabelecimento de uma longa ditadura no país. Após a efetivação do golpe, os militares passaram a controlar grande parte do sistema político de representação, encurralando a oposição e consolidando o poder por vias institucionais até 1985. Apesar da busca de setores da sociedade brasileira por memória, verdade e justiça, muitas iniciativas foram bloqueadas e inúmeras perguntas continuam sem resposta, como o destino de pessoas que foram perseguidas e permanecem desaparecidas.

Este “legado autoritário” permanece enraizado em diferentes esferas do Estado e da sociedade civil, e, mais que isso, se renova cotidianamente, inclusive quando parte dos cidadãos e cidadãs questionam a validade dos procedimentos e resultados eleitorais, ou mesmo quando depredam instituições democráticas e atacam seus representantes. O conhecimento dos fatos ocorridos durante a ditadura militar é importante para que nunca mais aconteça e nunca mais se repita a censura aos opositores do governo, a prática de graves violações de Direitos Humanos por agentes do Estado e o tolhimento aos direitos fundamentais.

Ainda hoje e sempre vale a pena repudiar toda e qualquer manifestação contrária à preservação do Estado Democrático de Direito, defender com veemência os direitos à liberdade de expressão, de associação e à igualdade, todos garantidos pelo artigo 5º da Constituição Cidadã, que foi e ainda é um grande símbolo da restauração do regime democrático no Brasil.

 

Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil.