Quem mandou matar Marielle?

18/03/2021

Há três anos a pergunta continua sem resposta: quem mandou matar Marielle Franco?  A vereadora e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados com 13 tiros em um atentado no momento em que retornavam de uma reunião de articulação política na Casa das Pretas, no centro do Rio de Janeiro, no dia 14 de março, noite de quarta-feira. Sua luta e sua história deram visibilidade à uma trajetória inspiradora, mas abruptamente interrompida. Hoje, Marielle representa mais do que nunca a luta e a resistência no país. Mulher, negra, defensora dos Direitos Humanos e vereadora, denunciou a violência e corrupção policial.

A investigação de sua morte e de Anderson continua em aberta, mas já resultou nas prisões de um PM reformado e um ex-PM acusados de planejar e realizar os disparos contra as vítimas. A partir da prisão dos dois, a polícia busca mais informações sobre o mandante do crime, ainda não identificado.

A sobrevivente do atentado e testemunha do caso permanece fora do país por medida de segurança. Como não se descobre quem foi o mandante do crime, Fernanda Chaves não se sente segura para voltar para ao Brasil. Vidas foram interrompidas e a de Fernanda está suspensa.

O medo também assola outros políticos e militantes que no último ano receberam uma série de ameaças físicas ou verbais, lembrando como o caso Marielle, infelizmente, não é isolado e participar da política, especialmente para representantes oriundos das minorias, pode significar ter seus direitos tolhidos, desde o mais primordial de todos que é a vida, até a liberdade de circulação e de pensamento.

É preciso que se identifique o mandante do crime, não apenas para desvendar um assassinato brutal, mas para retomar a credibilidade das instituições democráticas de nosso país. Também é igualmente urgente que todas as denúncias contra figuras políticas sejam apropriadamente investigadas e punidas. Assegurar o exercício do mandato de pessoas eleitas democraticamente é uma condição fundamental para a manutenção da democracia.