Da prisão à fronteira: descrição e análise de redes criminais construídas em torno do pertencimento ao PCC
Neste projeto propõe-se elaborar uma representação das redes criminais consitutídas a partir do pertencimento ao PCC, identificar alguns de seus nós e compreender os mecanismos através dos quais ela se constrói, se expande, se fortalece; descrever os recursos que fluem entre os atores que dela fazem parte, delineando a obtenção do capital social de seus membros e a sua operacionalização; verificar se e em que medida, há alguma especificidade no que diz respeito ao pertencimento ao PCC e que possa explicar a extensão, a densidade, a regularidade, a estabilidade e a complexidade da rede que se conforma em torno e a partir dos irmãos . Serão privilegiadas na análise as manifestações empíricas que se conformam, de um lado, através dos fluxos econômicos que se constituem através das dinâmicas criminais, especialmente, do tráfico de drogas e que tem na fronteira um lócus estratégico fundamental de ancoragem; de outro, a produção e reprodução das redes através das prisões, onde os conectores desses laços assumem uma dimensão fortemente ideológica. A fronteira e a prisão constituiriam dois pontos de densa concentração das redes que propomos descrever e analisar e, igualmente, dois lócus onde os recursos que permitem o estabelecimento das conexões entre esses nós são, respectivamente, ecônomicos e ideológicos. Tem-se duas hipóteses:1. o papel central da prisão e das políticas de encarceramento na tessitura primária das redes que aqui serão analisadas, bem como no seu desenvolvimento contemporâneo; 2. A conformação de um sistema autoreferente e autopoiético nos termos de Niklas Luhmann (1998) a partir de um processo específico de individualização e autonomização da rede constituída a partir das prisões pelos irmãos do PCC..
Ficha Técnica |
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Realizada entre: | 2018 - Atual |
Financiador(es): | Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico |
Coordenadores: |
Camila Caldeira Nunes Dias |